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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Silas Malafaia chama as pessoas mais caridosas de trouxas. Para ele é no toma lá, dá cá a relação da pessoa com Deus

O problema maior é que ele se acha doutor, fala como quem conhece a Palavra de Deus, fala como quem conhece, é instruído e, por isso, engana a muitos.

É uma forma descarada, desavergonhada e até imprudente. Visa fazer com que as pessoas tenham uma relação utilitarista da Religião, uma diminuição do sentido da relação da pessoa com Deus, como se Deus tivesse obrigações com relação a nós e não nós com relação a Ele. Uma relação de toma lá - dá cá, uma diminuição do significado de Deus, como se Deus fosse nosso e não nós fôssemos dEle.

O que Pedro e Paulo receberam em troca da doação senão o sofrimento, a perseguição e o martírio? Que bens terrenos os apóstolos receberam, que não a única e inabalável certeza de que o tempo presente não lhes pode oferecer uma alegria plena? A certeza de que não se contentam com este mundo?

Que riquezas que Cristo prometeu ao jovem quando disse: Se queres ser perfeito, vá, venda tudo o que tem, dê aos pobres e me siga? Que recompensa temporal Deus lhe daria?

Como conciliar as bênçãos materiais de Jó com Gn 6,3?

O senhor então disse: “Meu espírito não permanecerá para sempre no homem, porque todo ele é carne, e a duração de sua vida será de cento e vinte anos.” (Gn 6, 3)

senão com a perspectiva de que Jó tenha recebido os bens na Vida Eterna?

Aliás, se Cristo coloca a oferta como uma semente, sempre a colheita possui um sentido escatológico, motivo pelo qual nos faz crer que não teremos a recompensa na vida presente, muito embora todas as coisas que Deus criou sejam boas e desfrutá-las faz parte da vida humana.

E mesmo assim, aquele que faz uma boa obra com vistas à vida Eterna, ainda não alcançou a perfeição, porque a Igreja ensina sabiamente, que isso não basta. Para se salvar basta evitar os pecados, participar das missas, confessar os pecados... Se não for possível ter uma vida de santidade, pelo menos de penitência.

Será que há possibilidade de conciliar a Teologia da Prosperidade com a Palavra de Deus, principalmente a parábola do rico opulão e o lazarento Lázaro?

Abraão, porém, replicou: - Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento. (Lc 16, 25)

No entanto, os verdadeiros santos não são essas pessoas que se salvam por construírem uma obra com vistas à própria Salvação, mas com vistas à Salvação do próximo e ao auxílio do mais necessitado, sem esperar nada em troca.

Sugestão de leitura: Mt 5; Mt 6 (principalmente do 18 ao 21); Lc 16,25; 1Co 9 (inteiro, não pela metade); Hab 3 (principalmente a parte final). Uma verdadeira pedrada na vidraça da Teologia da Prosperidade.

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