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sexta-feira, 15 de março de 2013

Pastor diz que Cristo era um burguês com casa na praia

Analisando os textos citados pelo pastor (Mt 13,1-2; Mc 2,1-4) que Cristo tinha uma casa. A interpretação que esse pastor falso estudioso fez da bíblia é medonha.

Primeiramente porque ele falou que Cristo usava da sua condição divina para garantir prosperidade para si. Isso é uma afronta aos textos sagrados, uma vez que interpreta uma parte das escrituras e ignora outras por não serem pertinentes ao seu raciocínio. Como podemos crer que Cristo tenha assumido a carpintaria com doze anos? Com doze anos sabemos que José estava ainda com Cristo e Maria por causa da passagem que narra Cristo com 12 anos.

Cristo assumiu a carpintaria, isso é fato. Cristo trabalhou e teve o seu sustento com o suor do seu rosto. Como diz Paulo: "Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens" (Fl 2,6-7). Há outras passagens que falam do fato de Cristo não ter se prevalecido de sua condição divina e não ter "trapaceado".

Momentos ocorreram em que tentaram matar Cristo, mas ele escapou por entre o povo, mas a própria Bíblia diz o motivo: "porque Sua hora ainda não tinha chegado" ().

Paulo narra Cristo como pobre e se ele vivia próximo ao Mar da Galiléia ou como outros chamam, o Lago de Tiberíades, ele vivia com humildade, vivia com simplicidade. Paulo fala dessa simplicidade ao dizer: "ós conheceis a bondade de nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza." (2Cor 8, 9).

Em suma, Cristo vivia do que conseguia pela coleta comum, de pessoas que vendiam tudo o que possuíam e colocavam em comum, inclusive dando como sustento aos pobres. Cristo e os discípulos não usavam o poder do "fogo dos céus" para compensar a falta de trabalho.

Paulo, mais uma vez, dá o exemplo, continuando a trabalhar como tecelão, fazendo redes, trabalhando e se fatigando (1Cor 4, 12).

Essa ideia de que Cristo estalava os dedos e as coisas apareciam parece ter sido tirada de algum evangelho apócrifo gnóstico.

Cristo sempre viveu com humildade, Maria, sua mãe, precisou morar de favor na casa de João até o dia de sua dormição, pois nada deixou e Cristo não prega prosperidade, pelo contrário, a vida dos apóstolos que sofreram privações (2Cor 6, 5; Fl 4, 12; ) e não acabaram coroados, ricos e prósperos, mas acabaram coroados com o martírio.

O que Cristo ensina, não é acumular bens na terra, mas ter bens na pátria futura: Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. (Mt 6, 19), porque os prazeres deste mundo é como uma criança que coleciona tampinhas de garrafa. Depois que começa a estudar mais, começa a não ter mais tempo pelas suas tampinhas e acaba jogando elas fora quando adulto, porque "Na verdade, julgo como perda todas as coisas, em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor. Por ele tudo desprezei e tenho em conta de esterco, a fim de ganhar Cristo" (Fl 3, 8).

E aos pastores da Teologia da prosperidade eu digo: "vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!" (Mt 19, 21), "Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração". (Mt 6, 21).

Mas ter conforto neste mundo é bom e agradável a Deus e Deus dá prosperidade a quem Ele quer!

"Não vos conformeis com este mundo" (Rm 12,2), e Cristo desencoraja a juntar riquezas neste mundo quando fala "Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam". (Mt 6, 19)

Mesmo sendo possível que Deus abençoe nosso patrimônio e seja da vontade dEle ver seus filhos felizes, Cristo não veio para isso, mas para que todo aquele que "crer e for batizado será salvo" (Mt 16,16).

Presentemente, a minha alma está perturbada. Mas que direi?... Pai, salva-me desta hora... Mas é exatamente para isso que vim a esta hora. (Jo 12, 27)

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